CONVITE EM TEMPOS DE PANDEMIA – Carlota de Barros

CONVITE EM TEMPOS DE PANDEMIA

Convido-vos a inventarem comigo 
músicas canções poemas flores  
diferentes mensagens de carinho
e amor que matem a maldita Covid-19     
peste negra destes nossos 
tempos inseguros de uma nova pandemia.

Tracemos novos caminhos  
que nos levem sozinhos ao mar 
onde os beijos do ar sabem   
a maresia a salsugem e a frescura
enquanto a crista da onda brama 
de impaciência por ser onda 
desfazendo-se suavemente 
para se aconchegar carinhosa 
no regaço da areia morna
ardentemente beijada pelo sol
luz do Universo que queimará 
definitivamente a Covid-19.

Criemos a mais
bela canção e de 
coração aceso cantemos
aos médicos às médicas
às enfermeiras  
aos enfermeiros 
e a todos que lutam 
para nos salvarem 
deste vírus malvado 
que nos assombra os dias 
nos tem assustados  
isolados  deprimidos 
separa netos de avós
assusta de morte idosos 
que vão definhando
mortalmente nos lares
abandonados.

Convido-vos a vestirem-se 
de flores de todas as cores 
a transformem-se em carícia 
e num belo gesto de carinho
enviem uma flor virtual 
um pedaço de lua um raio 
de sol uma mão cheia de chuva
a uma amiga a um amigo 
que vivam perto ou longe 
se sintam melancólicos 
sem incentivo nem energia 
para que abracem a vida
com esperança e amor.

Inventemos rios de águas 
transparentes mares de ondas 
tranquilas e fontes de vida 
transbordantes para assustarmos 
e matarmos definitivamente 
a Covid-19 traiçoeiro vírus 
sádico e invisível que 
nos mantém em clausura 
melancólicos e receosos 
sem sabermos o tempo 
que ainda durará ceifando 
vidas sem olhar a quem.    

Inventem comigo canções 
de mimos flores lua sol e rios
e arrasemos a peste amaldiçoada  
com gestos de amor carinho e
as carícias mais belas dos sonhos  
de um homem ou de uma mulher.

Afastemos definitivamente a visão
mórbida das urnas com cadáveres 
em putrefação dentro de camiões 
a abarrotar deixados ao acaso em 
becos praças ou ruas desertas 
aos olhos de quem não tem poder 
de resolução imediata.

Depois da última canção de ternura
e chuvas agitadas levadas pelo vento 
sem contarmos os cadáveres
espalhemos a esperança entre os
amigos porque não tardará o dia em  
que tudo terminará e seremos livres 
despertos pela aurora para novos
dias plenos de luz sol e amor
porque a maldita Covid-19 será 
irremediavelmente exterminada.

INVITO IN TEMPO DI PANDEMIA

Vi invito a inventare con me
musiche canzoni poesie fiori
differenti messaggi di affetto
e amore che uccidano il maledetto Covid 19
peste nera di questi nostri 
tempi esposti a una nuova pandemia.

Tracciamo nuovi percorsi
che ci portino da soli al mare
dove i baci dell’aria profumano
di mare di salsedine e freschezza
mentre la cresta dell’onda vibra
d’impazienza per essere onda 
che si disfa soavemente
per sistemarsi teneramente
nel grembo della tiepida arena
baciata ardentemente dal sole
luce dell’Universo che brucerà
definitivamente Covid 19.

Creiamo la più
bella canzone e col
cuore vibrante cantiamo
ai medici alle mediche
alle infermiere
agli infermieri
e a tutti che lottano
per salvarci
da questo virus malvagio
che ci oscura i giorni
che ci ha spaventati
isolati depressi
separa nipoti da nonni
minaccia di morte anziani
che stanno languendo
mortalmente in ospizi
abbandonati.

Vi invito a vestirvi
di fiori di tutti i colori
e trasformarvi in carezza
e in un bel gesto d’affetto
inviate un fiore virtuale
uno spicchio di luna un raggio
di sole una mano piena di pioggia
a un’amica a un amico
che vivano vicino o lontano
si sentano melanconici
senza incentivi né energia
perché abbraccino la vita
con speranza e amore.

Inventiamo fiumi di acque
trasparenti mari di onde
tranquille e fonti di vita
straripanti per spaventare
e distruggere definitivamente
il Covid 19 virus traditore
sadico e invisibile che 
ci trattiene in clausura
melanconici e timorosi
senza sapere il tempo
che ancora durerà falciando
vite senza guardare a chi.

Inventate con me canti
di affetto fiori luna e fiumi
e distruggiamo la peste maledetta
con gesti d’amore  affetto e
le carezze più belle dei sogni
di un uomo o di una donna.

Allontaniamo definitivamente la visione
dolente delle urne con cadaveri
in putrefazione negli autocarri
a riempirsi lasciati al caso in
vicoli piazze o strade deserte
alla vista di chi non ha potere
di soluzione immediata.

Dopo l’ultimo canto di tenerezza
e piogge agitate  portate dal vento
senza far conto dei cadaveri
diffondiamo la speranza tra gli 
amici perché non tarderà il giorno in
cui tutto terminerà e saremo liberi
risvegliati dall’aurora per nuovi
giorni pieni di luce e amore
perché il maledetto Covid 19 sarà
irrimediabilmente sterminato.

Carlota de Barros
Lisboa, 28 de Março de 2020



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